Comissão de Direitos Humanos discute preconceito contra pessoas que tiveram gripe suína

O preconceito sofrido pelas pessoas que contraíram a gripe suína motivou audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (02/09/2009). A Audiência foi solicitada após professores e alunos do colégio Marista Dom Silvério denunciarem, na sessão “pinga-fogo” do dia 19/08/2009, os preconceitos sofridos, depois da suspensão das aulas por suspeita de gripe suína. Como é sabido, o Colégio foi um dos primeiros focos da gripe na rede de ensino identificado em Belo Horizonte.

A audiência que aconteceu nesta quarta-feira (02/09/2009) contou com a presença do diretor do colégio Prof. Roberto Valentim da Silva Gameiro,do professor Vinícius Trindade Lopes de Moura,do aluno Manir Elias Donato Neto e do Psicólogo e professor Marcelo Ricardo Pereira. Professores e alunos da escola relatam episódios de constrangimento em ônibus como, por exemplo, quando passageiros se levantam do lugar quando alguém com uniforme do colégio senta-se ao lado. Relatam isolamento e distanciamento quando alguém identifica que é aluno do colégio entre outras ações.
O autor do requerimento, Dep. Durval Ângelo, lembrou que a nova gripe já foi tema de debate na Comissão de Saúde, que abordou as medidas de prevenção e tratamento da doença e pela Comissão de Segurança Pública, que tratou da incidência da doença nas cadeias. “Agora chegou a vez de discutir o assunto no âmbito dos direitos humanos, porque não podemos deixar que a gripe seja motivo de estigmatização, como já ocorreu com outras doenças, como a tuberculose, a hanseníase e a Aids”, afirmou o deputado que acredita que a melhor forma de evitar o preconceito é a conscientização.
Para o psicólogo e professor da UFMG Marcelo Pereira, o preconceito e a estigmatização acabam gerando dificuldades no tratamento da doença uma vez que “as pessoas muitas vezes se recusam a buscar atendimento médico, com medo de serem isoladas pelas outras pessoas’. Pereira reforça ainda a necessidade de se esclarecer sobre as formas de prevenção e tratamento da doença.
Fonte: GAL-NesP