Comissão de direitos humanos discute caso de garoto baleado no Mineirão

O caso do garoto Douglas Henrique Marinho de Oliveira, de 13 anos, que perdeu a visão de um olho após ser atingido por uma bala de espuma prensada, no estádio do Mineirão, foi discutido pela Comissão de Direitos Humanos nesta sexta-feira (16/10/09). A reunião foi realizada a requerimento do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

A principal conclusão da audiência pública foi que uma falha no plano de ação de segurança do Mineirão durante a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, no dia 23 de setembro, favoreceu o incidente que cegou parcialmente o garoto. Na reunião, os deputados procuraram esclarecer as circunstâncias do tumulto e da intervenção da Polícia Militar. Após o jogo, todos os portões do estádio foram abertos ao mesmo tempo, permitindo que as torcidas adversárias saíssem simultaneamente. Isso contraria um procedimento comum em todo o País, de reter a torcida visitante até 1h30 após o jogo, até que a torcida local se disperse. A falha foi apontada, durante a reunião, pelo vice-presidente da torcida organizada Galoucura, William Palumbo, que disse ser esse um problema recorrente no Mineirão, que já causou confrontos em ocasiões anteriores.
A falha foi considerada grave pelo promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, José Antônio Baêta de Melo Cançado, que recomendou a inclusão, no plano de ação de segurança de todas as partidas envolvendo grandes times em Minas, de uma instrução que obrigue a retenção de uma das torcidas pelo período a ser determinado pela Polícia Militar. O plano de ação de segurança, segundo Baêta, é de responsabilidade da Federação Mineira de Futebol – que gerencia as partidas, juntamente com o time que tem o mando de jogo, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e BHTrans.
Estavam presentes na reunião, o auditor de Polícia do Estado, Paulo Vaz Alkmin; o vice-diretor da Ademg, César Masci; o vice-presidente do Atlético, Daniel Diniz Nepomuceno; o diretor-ouvidor do Cruzeiro, Robson Figueiredo; o diretor adjunto de Segurança e Ação Social do Cruzeiro, Edson Travassos; o delegado da Polícia Civil Frederico José Grossi; o advogado do Movimento de Direitos Humanos William dos Santos; e os advogados de Douglas Oliveira, Márcia de Fátima Amaral Guimarães e Fernando Campos Guimarães.
Fonte: http://www.almg.gov.br/