Enquanto os brasileiros sofrem, três bancos no país lucraram 232 bi e ganharam 1/2 PIB mineiro em apenas 5 anos

Em 05/09/2019, por Carta Capital e Os Novos Inconfidentes


Entre 2014 e 2018, em meio à mais intensa crise econômica em décadas (ou séculos) no Brasil, os nacionais Bradesco e Itaú e o espanhol Santander acumularam lucros que somam, pasmem, R$ 232 bilhões. E até o final de dezembro, com os resultados já apurados até aqui, a cifra deve subir para perto de R$ 300 bilhões, ou o equivalente a metade do PIB estimado para Minas Gerais (R$ 598 bilhões no ano passado). Ou seja, a cada seis anos, esses três bancos privados embolsam uma meia economia mineira em lucros. Parece absurdo, mas é isso mesmo.

Bradesco, Itaú e Santander lucraram R$ 41 bilhões em 2014, R$ 47 bi em 2015, R$ 42 bi em 2016, R$ 46 bi em 2017 e o recorde de R$ 56 bi em 2018.

Um novo recorde está à vista em 2019: os três já ganharam R$ 32 bi no primeiro semestre e podem repetir o resultado nos próximos seis meses, elevando os lucros no ano a mais de R$ 60 bilhões.

Os executivos e sócios dos bancos estão exultantes. Cândido Bracher, do Itaú, comentou no fim de julho que a situação do país é “tão boa quanto nunca vi na minha carreira”. A família Moreira Salles, dona de boa parte do banco, tem nada menos que quatro membros na lista Forbes dos dez brasileiros mais ricos em 2019, cada um com fortuna de US$ 3,1 bilhões.

O Brasil sempre foi um paraíso para o mercado financeiro por ostentar um dos sistemas bancários mais concentrados e as taxas de juros mais altas do mundo. Nos últimos anos, os banqueiros e financistas brasileiros ainda se viram favorecidos pela maior ‘financeirização’ da economia, ou predomínio das finanças sobre a produção econômica, um fenômeno que não é novo no mundo mas cresceu absurdamente depois dos anos 80, especialmente após a crise financeira de 2008.

Fonte: Carta Capital e Os Novos Inconfidentes