Bolsonaro nomeia agente secreto para lidar com ONGs e movimentos sociais

Em 25/10/2019, por Carta Capital

Nomeação ocorre no dia de ato do Greenpeace. À Câmara, Sérgio Moro admite que PM seguiu mulheres indígenas

O Palácio do Planalto recrutou um agente secreto para lidar com movimentos sociais nacionais e estrangeiros. A nomeação do espião aconteceu no mesmo dia, 23 de outubro, em que o Greenpeace realizou um protesto na frente do Planalto devido ao derramamento de óleo no litoral Nordeste do Brasil e contra o que a ONG considera ser um “governo contra o meio ambiente”.

O araponga foi empregado como assessor no Departamento de Relações com Organizações Internacionais e Organizações da Sociedade Civil, uma repartição da Secretaria de Governo da Presidência. A secretaria é chefiada por um general, Luiz Eduardo Ramos. Foi o braço direito de Ramos, Jônathas Assunção de Castro, quem assinou a nomeação do agente.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial de 24 de outubro. O nome do espião não é mencionado, procedimento padrão com arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). É citado só pelo número da matrícula no serviço público federal, 910004. Em março, ele tinha sido designado pelo então diretor da Abin, Janér Tesch Alvarenga, como substituto eventual de um coordenador de lá.

Monitorar ONGs e movimentos sociais é um desejo de Jair Bolsonaro desde o início do mandato. Na primeira medida provisória (MP) que assinou, deu poder à Secretaria de Governo para “supervisionar, coordenar, monitorar e acompanhar” ONGs e movimentos sociais. Depois suavizou, também via MP. Caberia à Secretaria “coordenar a interlocução” do governo com as entidades.

MORO E BOLSONARO. FOTO: EVARISTO SA/AFP – Fonte: Carta Capital

Segundo CartaCapital apurou, o receio dessas investidas oficiais tinha deixado o Greenpeace cauteloso até aqui perante o governo Bolsonaro, mundialmente tido como anti-ambientalista. O primeiro protesto da entidade no Brasil foi o de 23 de outubro. Iniciativa que custou a prisão de cerca de 20 militantes, posteriormente soltos.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mostrou os dentes contra o Greenpeace um dia depois. Quer “provar” que o óleo nas praias nordestinas é “culpa” da ONG. Postou no Twitter a foto de um navio do Greenpeace e comentou: “Tem umas coincidências na vida né… Parece que o navio do greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano…”.

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Fonte: Carta Capital