Coronavírus: pesquisa mostra que maioria da população de BH aprova o isolamento social

Em 04/04/2020, via Estado de Minas e site Uai.

Coronavírus muda cenário do comércio em BH, no primeiro dia de decreto
Montagem: BHAZ

Fechamento de escolas é bom para 91% da população da capital e 77% consideram correto manter o comércio com as portas cerradas.

Moradores de Belo Horizonte, em sua maioria, têm mais medo de ser vítimas da pandemia provocada pelo novo coronavírus e de não conseguir tratamento adequado do que das consequências econômicas que a crise na saúde deve provocar. A maior parte dos habitantes da capital também aprova as medidas de isolamento social e quarentena determinadas por autoridades. Essas são algumas das conclusões de pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH)/Instituto Quaest, que ouviu mais de 600 pessoas entre 8 e 31 de março.

De acordo com os dados do levantamento, entre os entrevistados, em torno de 65% temem a contaminação pelo novo vírus que se alastra pelo mundo. Essa é a preocupação de 70% das mulheres ouvidas e de 59% dos homens entrevistados. Entre representantes de diferentes classes sociais, não há diferença significativa quanto a essa percepção.

Já com relação à economia, 35% das pessoas que opinaram temem as consequências de crise econômica que pode suceder a epidemia e as medidas de isolamento. Neste caso, entre o sexo masculino o contingente é maior que a média: 41% dos entrevistados revelam esse temor. Para as mulheres, 30% temem perdas econômicas.

A grande maioria dos belo-horizontinos aprova as medidas adotadas para conter o avanço da pandemia. É essa a percepção em relação, por exemplo, ao fechamento de escolas e universidades, medida que tem 91% de aprovação. A indicação de isolamento social também foi bem-vista por 84% das pessoas ouvidas. Já 77% consideram correto fechar totalmente o comércio e 75% consideram acertado fechar as divisas estaduais.

Quanto às medidas que devem ser tomadas daqui em diante, 41% dos entrevistados defendem manter o isolamento e o comércio fechado até que a pior fase da epidemia seja vencida. Outros 35% defendem que as medidas de quarentena devem ser mantidas por entre 10 e 15 dias, período após o qual o comércio seria reaberto. Somente 17% das pessoas ouvidas defendem isolar apenas grupos de risco ou pessoas mais vulneráveis às consequências da COVID-19. E apenas 1% acredita que as medidas de quarentena devem ser interrompidas. Seis por cento dos entrevistados não souberam responder.

Os dados também mostram que entre os belo-horizontinos boa parte se considera tranquila quanto ao pagamento das contas, mesmo em meio à epidemia global da COVID-19. Dos entrevistados, 38% responderam que provavelmente não vão atrasar na hora de quitar suas dívidas nos próximos dois meses. Outros 9% sustentam que certamente não haverá atrasos. No entanto, outros 26% responderam que com toda certeza terão problemas para pagar seus débitos no prazo correto e o mesmo percentual considera que atrasos são prováveis no próximo bimestre.

“O resultado da pesquisa mostra a gravidade da crise e como a população está consciente da necessidade de colaborar para que tudo seja superado da melhor maneira possível”, avalia Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH. “Há as duas faces da crise que precisam ser enfrentadas com seriedade e responsabilidade: a saúde e a economia”, resume.

A pesquisa também avaliou o desempenho dos governantes diante da crise. O prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), teve o índice de aprovação mais alto, com 69%. O governador Romeu Zema (Novo) mostrou desempenho intermediário, com 27% de aprovação. Já o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve o percentual de aprovação mais baixo entre os avaliados, com 22%.

A pequisa ouviu 600 pessoas entre os dias 28 e 31 de março e a margem de erro máxima de 4.2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. O Instituto Quaest informa que para corrigir eventuais distorções, a amostra foi pós-estraticada com um algoritmo iterativo de calibração aplicado em quatro variáveis: sexo, cor/raça, idade e regional do município. Os resultados são representativos da população de Belo Horizonte com idade entre 16 e 80 anos.

Fonte: portal UAI. Reportagem de: Ana Mendonça, com supervisão de Marcílio de Moraes.