Contextus: Combate à pandemia em Minas Gerais: ideologia econômica e defesa da vida

Em 17/12/2020, por Nesp/PUC Minas –

A última edição de Contextus (boletim de análise de conjuntura do Núcleo de Estudos Sociopolíticos) deste ano faz um diagnóstico das políticas de enfrentamento à pandemia pelo governo do estado de Minas Gerais. Parte-se da constatação de que há uma profunda identidade ideológica entre os governos de Romeu Zema (Novo) e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Reproduzem-se no estado de Minas Gerais algumas das principais crenças que têm marcado a conduta do governo federal no enfrentamento dessa crise sanitária.

O governo federal tem tratado a pandemia como um fenômeno da natureza inevitável ou mera fatalidade. Com essa atitude naturalizadora, pretende-se derivar que o governo não poderia ser responsabilizado pelo desastre. Tal pretensão vem sendo desmentida pelos fatos: a maneira como governos lidam com a situação tem feito a diferença na extensão e na gravidade com que a pandemia está castigando os diversos países.

Além da predileção pela convicção ideológica em lugar do pragmatismo na administração da coisa pública, infere-se que, no atual governo mineiro, uma tendência a optar preferencialmente por medidas que favoreçam à produção econômica e aos negócios, em detrimento do fortalecimento de políticas públicas. Ao longo do texto, faz-se um levantamento das situações recentes que tornam explícita essa compreensão.

No caminho, apresentam-se números que sugerem que as contas públicas do estado já escaparam do controle. Profundamente agravadas pelas perdas econômicas em razão da pandemia, as finanças do estado chegarão a 2021 com o histórico déficit orçamentário bastante aprofundado, sugerindo horizontes tenebrosos para Minas Gerais no terceiro ano de mandato do atual governo.

Não obstante essa fragilidade, o governo mineiro insiste em afirmar que a privatização de empresas públicas é a única saída. A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) é a primeira que aparece na lista de empresas que o governo Zema deseja privatizar. Em 2019, a Assembleia Legislativa já havia aprovado a operação de venda dos créditos de nióbio, pertencentes à Codemig, antecipando um recurso de R$ 5 bilhões que, de outro modo, seriam recebidos até 2032.

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