CONTEXTUS: Estado de Minas celebra acordo com mineradora sem participação das vítimas em Brumadinho
Em 03/03/2021 – Por: Nesp/PUC Minas
Decorridos mais de dois anos desde o rompimento da barragem de rejeitos na Vale em Brumadinho, o Estado de Minas assinou um acordo bilionário com a mineradora sob protestos dos representantes dos atingidos. Ao mesmo tempo em que as partes admitidas à mesa de negociação celebram o acontecimento como o maior acordo desse gênero na história, lideranças sociais reclamam de haverem ficado à margem do acordo precisamente aquelas pessoas mais atingidas.
As numerosas críticas ao acordo da Vale com o governo mineiro dão destaque ao tema da concepção de Estado e de sua relação com os cidadãos. Os críticos ao acordo apontam que, em Minas Gerais, o governo tomou partido da empresa, quando, alegadamente, fazia a defesa dos interesses do Estado.
Nesta edição de Contextus, escolhe-se apreciar o acordo sob o ponto de vista daqueles que dele ficaram excluídos. Emerge, nesta análise, um terceiro sujeito, além do governo estadual e sua relação com a mineradora: trata-se dos movimentos sociais ligados à defesa dos direitos dos atingidos pelo desmoronamento de barragens. Destacam-se o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), pastorais e outros segmentos da Igreja Católica, entre outros cujo posicionamento tem se erguido como voz dissonante na defesa dos direitos das vítimas.