As pesquisas e a volatilidade das nuvens
Não dá para não desconfiar: Fernando Haddad 47% vs. José Serra 37% (Datafolha, 11/10)! Mas, como? No domingo das eleições (7/10) o resultado não foi Serra 31% e Haddad 29%? Elementar, meu caro: “2º turno é outra eleição”. Sim, mas a decisão e a migração são assim tão automáticas? Dia seguinte, o Ibope confirmatório: Haddad, 48% vs. Serra, 37%. Mas assim mesmo, cifras exatamente iguais? Será que os dois institutos “combinaram”? Só falta aparecer o Vox Populi e dar Serra 52% vs. Haddad 48%… Para o eleitor, principalmente aquele que se guia pelas pesquisas – muito mais gente do que se pensa –, é um nó na cabeça.
Nestas eleições, mais uma vez, os institutos acertaram muito mais que erraram, mas a visibilidade dos erros em algumas capitais distorce esta percepção. No Rio, que era o resultado mais previsível, a reeleição do Paes foi quase milimetricamente de acordo com o previsto pelo Ibope e o Datafolha. Porém, no Recife, Geraldo Júlio (PSB) ganha no primeiro turno, 51,2%, ao contrário da previsão do Datafolha – mas o Ibope acertou. O Ibope errou em Curitiba (Fruet subiu mais de 7% às vésperas da eleição), Salvador (ACM Neto chegou à frente, invertendo o previsto), Natal (a pesquisa de véspera tinha dado Carlos Eduardo (PDT) com 51%, mas terminou com 40%), e errou feio, mesmo, em Manaus (era empate técnico na pesquisa, mas Artur Virgílio Neto chegou quase 20% na frente). Pegou mal, muito mal.
Leia o texto completo de Antonio Fernando Beraldo, publicado no Observatório da Imprensa, clicando aqui.