Às vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos, organização pede mais proteção para defensores/as


Da Adital

Às vésperas do Dia Internacional dos Direitos Humanos – 10 de dezembro – a Anistia Internacional lança o relatório “Transformar Dor em Esperança: Defensores e Defensoras de Direitos Humanos”. O conteúdo aponta para o fato de que está aumentando o número de pessoas que estão sendo perseguidas, ameaçadas e mortas por defenderem alguma causa ligada ao tema. Em conclusão, a data está marcada pela impunidade e injustiça.

O relatório tem como base 300 casos que envolvem intimidação, perseguição, ataques e assassinatos de defensores/as em dez países da América. De acordo com a organização, desses 300 casos, somente em quatro os autores materiais do crime se declararam culpado, o que revela o nível de impunidade que cerca o problema.

De acordo com o levantamento da AI, estes atos criminosos recaem em grande maioria nos/as defensores/as que atuam em questões relacionadas à terra e recursos naturais,  defensores/as que trabalham com migrantes, e se estende ainda para jornalistas, blogueiros e sindicalistas.

“Em quase todos os países da América se os/as defensores/as de direitos humanos são submetidos à perseguição, ataques e cargos penais infundados com o objetivo de lhes impedir defender os direitos das pessoas mais marginalizadas”, afirmou Nancy Tapias Torrado, pesquisadora da Anistia Internacional.

Os 300 casos
Os casos foram coletados entre janeiro de 2010 e setembro 2012. O documento cita o Brasil, Colômbia e Honduras relacionados a conflitos por terra, enfatizando que muitas vezes esses conflitos estão ligados a grande projetos que oferecem impactos às populações locais.

Cuba e México também são mencionados por efetuar prisões de defensores sem provas eficientes.

Na Colômbia, em novembro de 2011, Jackeline e sua filha de 15 anos foram surpreendidas por um homem e uma mulher armados. Depois de ser amordaçada, Jackeline teve seu corpo e a roupa pintadas de vermelho. Os invasores queriam saber onde encontrar seu marido, um líder sindical. Ela chegou a prestar queixa, mas sem sucesso.

“Os governos devem garantir que as defensoras e os defensores de direitos humanos desfrutem de proteção integral, que incluem, no mínimo, reconhecer a importância e a legitimidade de seu trabalho, investigar plenamente os abusos aos que se enfrentam e proporcionar medidas efetivas de proteção”, afirmou a Anistia.

Para ver o relatório completo, em espanhol, clique aqui