Um novo Mercosul está em marcha com o início da adesão da Bolívia
Um novo Mercosul está em marcha com o início da adesão da Bolívia, os diálogos para a futura entrada do Equador e com o peso econômico do bloco, fundamental para a superação da crise econômica. Essa foi a avaliação da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, na reunião da Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, na manhã da sexta-feira (7/12).
Foto: Agência Efe
Evo Morales assinou nesta sexta-feira documento para que a Bolívia seja sócio pleno do Mercosul
A reunião terminou às 15h30 com o discurso do presidente do Uruguai José Mujica, que assume a presidência do bloco pelo próximo período.
Às 10h10, a presidente Dilma chegou ao Itamaraty acompanhada de Mujica, com quem teve uma conversa prévia no Palácio do Planalto. O assunto foi a crise econômica mundial e as maneiras de enfrentá-la. Antes de entrar na sala de reunião, o presidente Mujica falou com a imprensa e ressaltou a importância do bloco para negociações internacionais, principalmente com o ingresso da Bolívia.
“Estamos em melhores condições para poder intercambiar e negociar.” O presidente também defendeu “um clima mais favorável aos trabalhadores”, referindo-se a legislação trabalhista dos países membros.
Na abertura da cúpula, a presidente Dilma disse que o comércio dentro do bloco é um importante irradiador de dinamismo. Ela admitiu estar preocupada com a crise que atinge principalmente a zona do euro e os Estados Unidos. “A permanência desse cenário global de crise torna ainda mais evidente a importância da nossa integração, que é o que nos fará mais fortes e aptos a enfrentar as turbulências do mercado internacional”, disse.
Dilma reforçou também a necessidade de reformular o Focem (Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul). “Esse fundo tem contribuído para a melhoria em setores como energia, habitação, transportes, incentivos a microempresa, biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários. Estamos também comprometidos para dar início às discussões para uma revisão do fundo”.
No Mercosul Social, fórum de movimentos da sociedade civil que antecedeu a reunião dos chefes de estado, houve críticas à utilização do fundo apenas em obras de infraestrutura, principalmente em estradas. Para 2012, o fundo terá disponibilizado 1,1 bilhão de dólares.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou o protocolo de adesão ao Mercosul. O documento consolida o interesse dos bolivianos em fazer parte do bloco. O presidente do Equador, Rafael Correa, por sua vez, afirmou que a entrada do país depende dos impactos que as mudanças exigidas vão ter na economia. “Estamos acabando todos os estudos para tomar a decisão”, disse.
O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai – que está suspenso do bloco desde junho deste ano, em razão do golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo. Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia participam do grupo como associados.
Foto: Agência Efe
Dilma e Mujica realizaram um encontro bilateral antes da reunião do Mercosul
Na reunião foram definidos os prazos para que a Venezuela adote as medidas necessárias para finalizar sua incorporação ao bloco. Até 2013 o país caribenho terá se adequado a mais de 600 normas técnicas do Mercosul.
A reunião contou com a presença dos presidentes dos países membros Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil), José Mujica (Uruguai) e o ministro de Petróleo e Gás da Venezuela, Rafael Ramirez, representando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Já dos países associados estiveram presentes Morales (Bolívia), Correa (Equador), a vice-presidente do Peru, Marisol Espinoza, o vice-ministro de Relações Exteriores do Chile, Alfonso Silva Navaro, e a vice-ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Monica Lanzetta Mutis. Os presidentes da Guiana, Donald Ramotar, e de Suriname, Desiré Bouterse, compareceram representando seus países como convidados.
(Fonte: Portal OPERA MUNDI, reportagem de Jonatas Campos | Enviado especial a Brasília)