À agência Amazônia Real, o Ministério Público Federal (MPF) confirmou que mais de 20 indígenas de uma tribo isolada do extremo oeste do estado do Amazonas foram assassinados por garimpeiros ilegais. O assassinato teria acontecido no último mês de agosto.
Conhecidos como “flecheiros”, os índios teriam sido mortos na cidade de São Paulo de Olivença, na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia.
O massacre vem pouco tempo depois de outro ataque de garimpeiros que matou mais de vinte indígenas isolados da tribo Warikama Djapar, no Vale do Javari – este caso aconteceu em maio.
Em nota, a ONG Survival colocou na conta do governo Temer as recentes mortes de indígenas.
“Caso tais relatos sejam confirmados, o Presidente (Michel) Temer e seu governo possuem uma grande responsabilidade por este ataque genocida. Todas estas tribos deveriam ter tido suas terras devidamente reconhecidas e protegidas há anos – o apoio aberto do governo àqueles que querem violar territórios indígenas é extremamente vergonhoso”, diz o texto.
Fonte: Rede Brasil Atual
Por enquanto, nem a MPF quanto a PF pretendem dar mais informação sobre o caso dos indígenas ‘flecheiros’
Dois massacres contra índios isolados foram confirmados pelo Ministério Público Federal do Amazonas. As informações são da agência Amazônia Real. Segundo a publicação, a morte dos flecheiros, como eram conhecidos os indígenas, aconteceu no mês agosto no rio Jandiatuba, afluente do rio Solimões, no município de São Paulo de Olivença, na fronteira com Peru e Colômbia.
Existe também mais uma investigação, dessa vez sobre as mortes de indígenas isolados Warikama Djapar, mas o MPF não confirmou a informação. O fato teria acontecido em maio, na TI Vale do Javari entre os rios Jutaí e Jutaizinho, a denúncia teria partido dos índios da etnia Kanamari. O mandante seria um produtor agrícola.
Por enquanto, nem a MPF quanto a PF pretendem dar mais informação sobre o caso dos indígenas ‘flecheiros’, eles não querem prejudicar as investigações. Entre os dados importantes estão: quantos índios foram assassinados no ataque e por quais armas, além de quantos garimpeiros estão envolvidos no crime, que pode ser tipificado como genocídio contra uma etnia indígena. Mas, objetos dos índios foram encontrados com garimpeiros por agentes federais. Em um áudio de celular, apreendido, a polícia encontrou relatos de garimpeiros sobre o massacre.
“Confirmamos que houve as mortes dos índios isolados e o MPF e a PF estão investigando”, disse comunicado da assessoria de imprensa do MPF à reportagem da Amazônia Real.
Em entrevista, o procurador da República Pablo Beltrand, autor do pedido de abertura de inquérito à Polícia Federal, disse que algumas pessoas (garimpeiros) estão sendo ouvidas e há diligências em curso. “Não temos como dar detalhes sobre elas, no atual momento, para não atrapalhar a investigação”, afirmou.
A denúncia da morte dos índios isolados “flecheiros” por garimpeiros aconteceu no mês de agosto e foi realizada pela Coordenação Regional da Funai em Tabatinga. Índios ouvidos pela reportagem disseram que o número de mortos ultrapassa 20 pessoas.
Tragédia
Com a confirmação do massacre dos índios “flecheiros” pelo MPF do Amazonas, o caso passa ser considerado a maior tragédia contra indígenas que vivem sem contato com a sociedade nacional da Amazônia brasileira após os assassinatos de 16 índios Yanomami da aldeia Haximu, em Roraima, por garimpeiros que invadiram a reserva para exploração ilegal de ouro, em 1993. Na ocasião, a Funai demorou para confirmar o número de mortes do massacre, que teve repercussão internacional.