4º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política
Durante a abertura do 4º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política, no dia 25 de novembro, no Teatro João Paulo II (prédio 30), Campus Coração Eucarístico, o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, disse que a solidariedade precisa sair do interior de cada um e ser traduzida em ações concretas, para a transformação da sociedade. Ele mostrou como a solidariedade, dentro da dimensão social e política da fé cristã, se encaixa no projeto da Arquidiocese de Belo Horizonte, denominado Proclamar a Palavra, temática de sua palestra.
Dom Mol explicou que a fé cristã tem dimensão social e política, mas que alguns movimentos reacionários na sociedade procuram roubar essa dimensão dela, a fim de evitar a transformação social e política de que a sociedade precisa. Dimensão social e política da fé cristã que evoca o pobre e tudo o que é marcado pela condição de pobreza, prosseguiu. Ele explicou que essa condição evoca os sentimentos de justiça, da paz, do Direito, da liberdade e da misericórdia.
Com relação à justiça: citando Isaías 1,13-18, Dom Mol disse que a expressão “as suas mãos estão cheias de sangue” refere-se à faca afiada da injustiça praticada. Junto com o pobre há uma ideia de justiça, mas também a ideia de paz.
Ao citar Isaías 32: 16-18 (“o fruto da justiça será paz”), Dom Mol ressaltou que a paz não existirá sem a justiça: “Se tem paz é porque tem sinais muito bons de justiça”. Ao falar do pobre, continuou, a realidade da paz vem, precisa ser construída através de gestos de justiça.
Com relação ao Direito: Dom Mol citou o Salmo 33: 1, 4-5, que demonstra que a prática do Direito conduz à justiça, e que Deus ama o Direito, por isso o que é objeto de amor de Deus também é necessário amar.
O pobre também evoca a ideia de liberdade, continuou Dom Mol, citando Gálatas 5:1 (“foi para a liberdade que Cristo nos libertou”). O trecho não somente proclama a liberdade, mas estimula a todos a não se escravizar novamente, fazer valer a liberdade para a qual foram criados, disse.
Com relação ao sentimento de misericórdia (dignidade), Dom Mol citou as passagens de Mateus 5,7 e João 8, 1-11. “Felizes os misericordiosos porque encontrarão a justiça”. Citando o Papa Francisco, Dom Mol lembrou que o dia em que se chegar a ser justos a batalha ainda não acabará, porque precisarão todos dar o passo em direção à misericórdia, que é “colocar o coração na miséria do outro”.
Fonte: Canal Aberto (Newsletter da Reitoria): Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Novembro/Dezembro de 2017 – nº 29