PARTIDOS POLÍTICOS SE POSICIONAM PARA O EMBATE DE OUTUBRO
O pacto social de convivência democrática no Brasil foi fortemente abalado com a deposição de uma presidente da República eleita dentro das regras previamente acordadas, mesmo que não lhe tenha sido imputado crime algum. Em face desse acontecimento, as eleições de 2018 têm o papel de devolver ao voto a sua legitimidade formal.
Pode-se dizer que se trata apenas de uma legitimidade formal, visto que nenhuma mudança estrutural foi feita para reforçar os mecanismos da participação democrática. Ao contrário, aprofundaram-se, na mesma medida, as “reformas” antipopulares e contrárias aos interesses dos mais pobres. As instituições estatais e, genericamente, a classe dos políticos eleitos têm desempenhado suas funções de forma sempre mais isolada, com escasso ou nenhum diálogo com os cidadãos.
Em Minas Gerais, o processo eleitoral começa a ser posto em movimento alheio a toda essa situação, que remete a uma crise da própria democracia no país. Os partidos políticos e suas lideranças estão ocupados em formar alianças e limitam-se a se reposicionar para o embate, tal como sempre ocorreu nas eleições anteriores. Pode-se presumir que, mais uma vez, não haverá projetos claros a serem postos em discussão durante a campanha.
Partindo da constatação desse silêncio incômodo em relação aos dilemas reais da sociedade, a nova edição de Contextus se dedica à exposição do processo de definição de candidaturas pelos partidos políticos em Minas Gerais.
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