Práticas da antipolítica: perspectivas do governo eleito em Minas Gerais
A nova edição de Contextus (n. 30) se dedica à reflexão sobre a conjuntura após o resultado das eleições de 2018. Focaliza-se, primeiramente, o cenário nacional que vem gerando grande apreensão aos segmentos sociais preocupados com a democracia no Brasil. Em certa medida, o governo eleito manteve o tom das ameaça a minorias sociais e de retração de direitos, tal como já ocorrera durante a campanha eleitoral.
Para compreender esse cenário, considera-se brevemente o papel que vem desempenhando o atravessamento da política pelo Judiciário. O processo eleitoral de 2018 foi profundamente afetado pela judicialização. Boa parte das indefinições que se arrastaram até mesmo quando o período de campanha já havia iniciado foi motivada por interveniências desse Poder.
Não parece possível tratar a conjuntura de 2018 sem compreendê-la como o desfecho daquele movimento pelo qual forças conservadoras tomaram o Governo Federal e impediram a continuidade do mandato presidencial concedido pelas urnas em 2014.
Além disso, reafirma-se o papel das grandes mídias empresariais na produção e difusão de narrativas sobre os fatos políticos e sociais no País. Tal cobertura jornalística enviesada somou-se e à velocidade e à superficialidade das notícias que circulam em redes sociais. Ambos os atores contribuíram para que a produção e distribuição de notícias fraudulentas se tornasse a principal e a mais bem sucedida tática eleitoral do último pleito.
Na segunda parte, Contextus contempla as perspectivas para o governo de Minas Gerais que se inicia em 2019. O principal mote de campanha da candidatura vencedora foi a antipolítica. Entende-se com este termo aquele discurso pelo qual um candidato se apresenta como estranho ao mundo político, como se fosse possível a alguém disputar uma eleição sem se tornar político.
Num paralelo, entrecruzam-se a reflexão sobre o futuro governo e uma outra que considera a forma como, nos dois últimos anos, vem se dando a gestão do prefeito de Belo Horizonte. A partir do exercício real de um “antipolítico”, eleito em 2016 com um discurso bastante semelhante ao do próximo governador, parte-se do princípio de que já é possível colher algumas contradições implicadas nesse tipo de discurso.
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