Nova edição do Contextus: Anarcocapitalismo e práticas da necropolítica: quando a política promove a morte
Em 11/12/2019, por Nesp –
O Núcleo de Estudos Sociopolíticos reproduz, nesta edição de Contextus, a palestra proferida pelo sociólogo Pedro Ribeiro durante o 5º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política, realizado na PUC Minas, no dia 30 de novembro de 2019, sob o lema “uma Igreja em saída na defesa e promoção da cidadania”.
Não se trata de uma transcrição literal, mas de uma tentativa de se traduzir para o formato escrito um pouco da experiência vivida por palestrante e ouvintes. Como nenhuma transposição é completa, espera-se suprir, pelo menos em parte, eventuais lacunas, com a disponibilização da palestra gravada em vídeo, que pode ser acessada no canal do Nesp no YouTube.
São quatro os eixos adotados nesta síntese de conjuntura proposta por Pedro Ribeiro. Parte-se, primeiramente, do “sistema-vida na Terra”, porque o autor considera que o Planeta também é sujeito político e histórico. Embora os recursos da Terra sejam limitados, o atual sistema econômico dá por resolvido que é possível se servir deles como se fossem inesgotáveis.
Nos dois aspectos seguintes, analisa-se a crise do sistema capitalista que, enclausurado numa financeirização disfuncional, se encaminha para um confronto dramático. Em sua reflexão, o autor traz elementos para constatar que, em momentos históricos análogos, o desenlace criado pelo sistema ainda vigente, foram grandes guerras.
Pedro Ribeiro compreende que, nos últimos anos, o Brasil foi tomado de assalto por uma forma relativamente nova de guerra – a guerra híbrida ou de quarta geração. Diz-se “nova” em razão da maneira como as tecnologias digitais de comunicação e de informação vêm sendo empregadas para provocar a queda de governos, considerados inimigos por potências estrangeiras, em sua busca pela manutenção da hegemonia econômica internacional.
Na análise final, o professor descreve os acontecimentos recentes da conjuntura nacional como os escombros que restaram após a guerra à qual o país sucumbiu. Conclui-se o texto com uma reflexão sobre os desafios atuais e uma mensagem de esperança: a superação virá das periferias do sistema. Para enfrentar a política de morte cultivada pelo sistema capitalista, propõe-se, então, a sabedoria do bem-viver, cultivada pelos povos originários das Américas.