Nesp começa a monitorar câmaras municipais e prefeituras
O que a prefeitura da sua cidade faz para combater o desemprego? E a câmara municipal, que projetos ela tem para a economia e como eles podem impactar sua vida? Você saberia responder essas e outras perguntas sobre os poderes públicos?
A partir de outubro deste ano, o Núcleo de Estudos Sociopolíticos (Nesp) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e da Arquidiocese de Belo Horizonte irá monitorar os Poderes públicos. O intuito do trabalho é prestar informações para que você, cidadão, possa dar respostas a indagações como essas feitas acima. A intenção também é lhe oferecer subsídios que favoreçam a mobilização e a atuação política de movimentos e pastorais socais.
A Assessoria de Monitoramento dos Poderes Públicos do Nesp começa suas atividades monitorando as Câmaras municipais de Belo Horizonte, Betim e Contagem, bem como as prefeituras desses municípios. Inicialmente, o foco da observação será em três áreas: assistência social, saúde e segurança pública. Por meio de reportagens e outros conteúdos jornalísticos, publicados aqui no site do Núcleo, os moradores dessas cidades poderão saber em detalhes o que seus vereadores e prefeitos estão propondo em termos de políticas públicas.
No médio prazo, o Nesp pretende atingir três metas: monitorar os poderes Executivo e Legislativo dos 28 municípios que compõem a região da Arquidiocese de Belo Horizonte; acompanhar a atuação da Assembleia Legislativa e Governo de Minas, e por último, monitorar a atuação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O Nesp entende que, a partir das informações prestadas, as pessoas poderão compreender melhor os problemas existentes em suas cidades. Assim, busca-se aumentar o engajamento político, que, no Brasil é excessivamente baixo. Pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicada pela revista Forbes mostra que os brasileiros são o segundo povo do mundo menos interessado em política. 41% da população é indiferente. Em desinteresse político, perdemos apenas para a Colômbia, onde 50% dos habitantes são apáticos.
Robson Sávio, coordenador do Nesp, chama atenção para o caráter inovador da Assessoria de Monitoramento. “Essa nova área do Nesp vem para atender a uma demanda da Arquidiocese e dos movimentos eclesiais e sociais. Esses movimentos demandam informações para o engajamento político, sobretudo em municípios menores. Nós queremos preencher um vácuo existente hoje, que é a inexistência sobre o que fazem os Poderes”, afirmou.
Para a jornalista Andréa Castello Branco, o monitoramento poderá antecipar para os movimentos sociais as medidas que estão sendo tomadas no interior dos Poderes e que raramente aparecem nos jornais. “A mídia tradicional tem uma limitação ao cobrir governos e câmaras por sua essência comercial, onde o interesse econômico prevalece. O monitoramento que iremos fazer vem cobrir essa lacuna ao oferecer informações importantes sobre políticas públicas que estão sendo gestadas e adotadas”, comenta.
Marcelo Gomes, jornalista que também compõe a equipe de monitoramento, constata que, na maioria das vezes, a cobertura da mídia se limita a dar a notícia sem contextualizá-la. “Hoje em dia, a informação do que fazem os poderes chegam até nós depois de passar pelo crivo dos editores dos veículos de comunicação. E na maioria das vezes esses veículos não sabem nos dizer qual o impacto de determinada decisão em nossas vidas”, comentou.
A assessoria ainda irá prestar outros serviços, que podem ser conferidos na descrição de seus objetivos.