Às vésperas do G 20, governo brasileiro recebe fortes críticas

Em 27/06/2019, com Agências Internacionais

O presidente Jair Bolsonaro embarcou na manhã dessa quarta-feira (26/06) para Osaka, no Japão, onde será realizada mais uma reunião do G20 – a cúpula que reúne as 20 maiores economias do mundo. A conferência ocorre na sexta-feira e no sábado (28 e 29 de junho).

Em sua primeira participação no evento, Bolsonaro será um dos oradores da sessão temática sobre inovação e tecnologia. Um dos objetivos do presidente é usar o evento para recuperar a confiança do Brasil no exterior.”

Merkel descreve situação sob Bolsonaro como dramática

Em reportagem publicada por Deutsche Welle, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, disse na quarta-feira (26/06) ver com “grande preocupação” a situação no Brasil, a qual descreveu como “dramática” sob o governo do presidente Jair Bolsonaro nas questões ambientais e de direitos humanos.

A declaração da chefe de governo alemã foi dada em sessão no Parlamento em Berlim, em resposta ao questionamento da deputada do Partido Verde Anja Hajduk. A parlamentar colocou em questão se o governo alemão deveria seguir investindo nas negociações de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul, no momento em que ambientalistas, cientistas e defensores dos direitos humanos denunciam uma deterioração nessas frentes no Brasil.

Para a deputada, a União Europeia deveria usar seu peso econômico como instrumento de pressão para que direitos humanos e a defesa do meio ambiente sejam observados em outras partes do mundo, como a América do Sul.

Em resposta, Merkel reiterou seu apoio a um desfecho rápido para as negociações de livre-comércio e disse que, em sua visão, a resposta para a situação no Brasil hoje não está em abrir mão de um acordo com o Mercosul : “Eu, assim como você, vejo com grande preocupação a questão da atuação do novo presidente brasileiro. E a oportunidade será utilizada, durante a cúpula do G20, para falar diretamente sobre o tema, porque eu vejo como dramático o que está acontecendo no Brasil”, afirmou Merkel.

ONU critica Bolsonaro por defender mineração na Amazônia

Relatório especial alertou para um possível “apartheid climático” criado pelo aquecimento global, criticando a ineficácia das políticas atuais A reportagem publicada pela revista Veja e reproduzida por Amazônia.org, informa que oaquecimento global aumenta o risco de um “apartheid climático” em que apenas os mais ricos poderiam pagar para escapar do calor e da fome causados pela elevação das temperaturas, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).

O documento ainda condena o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, por “silenciar ativamente” a ciência do clima, e critica o presidente do BrasilJair Bolsonaro, por prometer abrir o território da Floresta Amazônica para a mineração.

Autor da pesquisa, Philip Alston, o relator especial das Nações Unidas sobre a pobreza extrema e os direitos humano, ainda afirmou que os impactos do aquecimento global devem minar não apenas os direitos básicos à vida, água, comida e moradia mas também a democracia e as constituições.

Ele critica os passos “evidentemente inadequados” adotados pela própria ONU e por governos, organizações não governamentais e empresas, argumentando que eles são “totalmente desproporcionais em relação à urgência e magnitude desta ameaça.”

“Os direitos humanos podem não sobreviver à elevação iminente”, concluiu o especialista em seu relatório para o Conselho de Direitos Humanos (HRC).

No documento da ONU, Bolsonaro é listado entre ‘fracassos de liderança’

No mesmo documento da ONU, publicado na terça-feira (25), o relator especial da ONU sobre pobreza extrema e osdireitos humanos , Philip Alston, lista uma série de líderes mundiais que são, nas palavras do especialista, “um fracasso”, e Bolsonaro é o primeiro.

“Ainda hoje, muitos países estão dando passos de pouca visão e na direção errada”, escreve Alston. “No Brasil, o presidente Bolsonaroprometeu abrir a Floresta Amazônica para a mineração, acabar com a demarcação de terras indígenas e enfraquecer as agências e proteção ambientais.”

Ao lado do Brasil, o especialista da ONU citou também o presidente americano, Donald Trump , e o governo chinês, sem citar nomes.

“A China está se esforçando para acabar com a dependência do carvão, mas exportando usinas movidas a carvão para outros países, e deixando de lado as regulamentações para emissões de metano em território nacional. Nos Estados Unidos, até recentemente o líder global em emissões, o presidente (Donald) Trump colocou antigos lobistas em cargos de supervisão, adotou argumentos da indústria, liderou um movimento de reação contra as regulamentações ambientais e está ativamente silenciando e ofuscando a ciência climática.”

Militar brasileiro é detido com droga no aeroporto de Sevilha, na Espanha

Um sargento da Aeronáutica foi detido na terça-feira (26/06) por portar droga na bagagem, no aeroporto de Sevilha, na Espanha. O militar, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, viajava no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na comitiva oficial do presidente Jair Bolsonaro, cujo destino final é Osaka, no Japão. A detenção levou o Governo brasileiro a mudar a escala da viagem, de Sevilha para Lisboa.

A comitiva presidencial viaja ao Japão para participar da cúpula do G-20. Segundo O Estado de S. Paulo, o sargento detido embarcou em Brasília, no avião da reserva da Presidência, o Embraer 190, do Grupo de Transportes Especiais da FAB, que transportava três tripulações de militares para a missão. A primeira equipe, que inclui piloto e copiloto, assumiu o voo de Bolsonaro e sua equipe em Lisboa, no Airbus 319, para cumprir o segundo trecho da viagem até Osaka.

Fontes: IHU, O Globo, Veja, Deutsche Welle, O Estado de São Paulo e El País.